terça-feira, 18 de maio de 2010

O segredo do Blaster [parte 1]

Capítulo 1: Chantagem


Faz tempo que eu não posto nada, mas as responsabilidades e problemas da vida muitas vezes me impedem de digitar aqui no blog. Inclusive isso que colocarei aqui até pouco tempo era segredo, mas após os acontecimentos que aqui descreverei tudo veio a tona. Talvez esses acontecimentos demorem vários capítulos para acabarem, mas tentarei resumir.
Bom, primeiramente vou contar sobre o dia em que a chantagem começou. No começo do dia tudo estava normal. Ou pelo menos o que é normal na minha casa. Eu acordei, tomei um banho, tomei café com pão quentinho... Ter uma mãe padeira tem suas vantagens. Eu cheguei à escola e como sempre um grupinho já formado no cato do pátio me esperava. Todos começamos a conversar normalmente, até que uma garota, a Samanta chegou a mim e me disse cheia de autoridade:
- É você mesmo. Agora você vai ser meu namorado.
- O quê? Você está louca?
- Não são nem 7 da manhã e ela já encheu a cara - Disse o Pablo
- É o seguinte - gritou Samanta - eu te achei bonitinho e agora você vai ser meu namorado!
- Me larga sua maluca! Para sua informação eu tenho namorada! Ela é muito mais bonita que você e eu não a trairia nem que me pagasse!
- A é? Então termine com ela e depois que eu me cansar de você vocês voltam, porque agora você é meu.
- E o que te faz pensar que eu vou aceitar isso?
- Digamos que para o bem do Blaster você VAI aceitar. Eu te dou até amanhã no intervalo para me responder, senão todos ficarão sabendo do seu segredinho.
(Depois você vai entender quem é o Blaster). Depois de dizer isso ela se retirou. O Pablo perguntou:
- Caramba! Quem contou pra ela do Blaster?
- Temos um traidor entre nós.
- Não - disse eu -, eu confio em todos vocês, até na Jéssica que é nova no grupo.
- Mas eu nem sei que é esse tal de Blaster!
- É verdade! - disse a Josy - Vem comigo. No banheiro eu te conto.
- Mas já vão ao branhiro? Ê ta mulherada viciada em banheiro...
- É para olhar no espelho, eu acho. Mesmo que cada uma anda com um na bolsa...
- O mais importante agora é me livrar dessa maluca.
- Use o "poder nulo".
- O que é isso?
- Do que adianta você tem poder se seu adversário tem o poder semelhante? Se ambos o usarem, um vai anular o outro e ambos ficam empatados no zero.
- É... O quê?
- É simples: ela está te chantageando. Faça uma chantagem pra ela também. Assim você a obriga a ficar de bico calado para você também ficar.
- Ok, mas que chantagem?
- Não vai ser difícil. Ela tem uma péssima reputação na escola. Achar um podre, mesmo que mentiroso via ser 'boi' (fácil).
- Talvez meu irmão possa ajudar! Ele conhece muita gente e ele pode conseguir algo.
- Na verdade o Pablo e eu também temos muitos contatos. Então, a Fernanda vai falar com o Marcos enquanto o Pablo e eu vamos pesquisar também. Nos Encontramos na sala para examinar os resultados.
Após alguns minutos o sinal tocou. Subimos para a sala e lá reunimos as informações. Não tinha nada de muito útil, então decidimos esperar pelo Marcos e saber o que ele tinha descoberto. Durante a nossa conversa a Jessica disse:
- Vamos fazer de tudo para ajudar o nosso 'líder'.
- Eu não sou líder de nada. A turma da xepa não tem nenhum hierarquia para eu ser líder.
- Mas você sempre fala e age com certa autoridade...
- Confesso que sempre me comuniquei de forma bem superior, mas no nosso grupo todos somos amigos; todos somos iguais. E se tivesse um líder seria o Pablo.
- Eu discordo. É você quem sempre nos organiza para fazer algo, mesmo que eu também tenho um modo de falar bem 'mandão'.
- A Josy também deixa um de cara no chão quando quer.
- Realmente; quando estou irritada, tenho até pena de quem meche comigo.
- Poderíamos ensinar o professor de matemática a ser assim. Olha o pobre desgraçado.
- É; falando para as paredes enquanto ninguém dá atenção.
O dia foi passando e logo o sinal para o intervalo soou. O Marcos foi nos encontrar na porta da nossa sala; entregou-me um papel e saiu.
No pátio, eu li o papel. Tinha uma coletânea inteira de podres da Samanta. Alguns eram sem sentido; outros eram idiotas. Mas tinha um entre eles que era perfeito. Não era nada muito grave e nem que ninguém suspeitasse, mas era o melhor que tínhamos. Mas eu precisava de uma certeza de que era verdade. Quando eu mostrei ao pessoal, o Tiago disse que se fosse verdade ele descobriria, afinal, conhecia o ex-namorado da Samanta.
Tirando isso nosso intervalo foi normal: eu, como sempre, enfrentei um batalhão para pegar o lanche na cantina, e depois fizemos 'cachimbo da paz' com os croissants e a coca-cola.
Só para esclarecer, o cachimbo da paz é aquele passa-passa de determinada coisa. Os índios fumam um cachimbo que simboliza paz e vão passando de mão em mão e de boca em boca. Nós fazemos mais ou menos isso: alguém compra algo e todos comem, passando de um em um aquilo que foi comprado. Outro exemplo é o material: sempre fazemos cachimbo da paz com borracha, apontador, caneta e até maquiagem e espelho (no caso das meninas).
Mais algumas horas se passaram e o último sinal tocou. Na saída todos se espremiam nos corredores, doidos para fugir logo da escola. No meio da muvuca sinto algo inusitado: um beliscão na minha bunda. Olhei assustado para trás e vi Samanta, sorrindo para mim, com os dentes clareados artificialmente e o pircing dental reluzindo.
- O que você quer? - perguntei bravo.
- Só vim te avisar que mudei a regra.
- Que regra?
- Eu decidi antecipar nosso tão sonhado beijo; eu quero um beijo seu amanhã na entrada, caso contrário na metade da 1ª aula seus pais estarão muito chateados por você esconder o Blaster deles e talvez ele nem exista mais. (Nesse momento ela passou a mão no meu rosto, descendo da orelha para o pescoço)
- Tira a pata de mim! (Dei um tapa em sua mão).
- Eu sou muito boazinha em deixar você se despedir de sua namorada e você me trata assim!? É a sua última chance. Amanhã nos vemos.
Foi a última vez que nos vimos aquele dia. Eu fiquei a tarde inteira preocupado, pensando no que aconteceria no dia seguinte. Por volta das 14:00h a Vi me ligou. Ela disse:
- Gui, o Pablo me disse pelo Orkut o que essa tal de Samara te disse...
- Não se preocupe; tudo está sobre controle. Eu tenho um plano para chantageá-la. E mesmo que não der certo, eu nunca te trairia.
- Mas esse caso é diferente... A segurança do Blaster está em jogo!
- Eu já te disse para não se preocupar. Eu dou um jeito nela.
- Você me diz para ficar despreocupada, mas sua voz demonstra o contrário. Eu te conheço a anos e sei que você não está seguro...
- Já disse! Eu farei o correto.
- O correto eticamente? Eu quero que você prometa que se seu plano de contra-ataque não der certo, você vai fazer o que ela mandar.
- Mas...
- Gui, não é apenas nosso relacionamento. Além do que, eu sei que se você a beijar não será por sentimento. Será pelo Blaster. Agora, jure.
- Ok. Eu juro que se ela me obrigar, eu te trairei para salvar o segredo...
- Não será uma traição. A traição se refere a confiança, seja de namorados, amigos ou pais/filhos. Pra mim seria pior você sacrificar o segredo para não beijá-la do que revelar algo que todos guardamos com tanto cuidado.
- Tudo bem então. Eu prometo que farei o possível para não prejudicar o Blaster. Mesmo que tenha que beijar aquela loira azeda.
Após isso, continuamos conversando, como todos os dias. Ela me confortou e me deixou de mente limpa, mas eu ainda tinha medo do que aconteceria no dia seguinte. Ainda estava inseguro da minha chantagem. Mas assim como a Vi me fez prometer, eu não entregaria o segredo do Blaster mesmo que tivesse que me sacrificar para isso.

Mas eu já escrevi demais; outro dia eu continuo. Espero que tenha gostado e comente. Até a próxima!!

Um comentário:

  1. nusssssssssssa, curiosa pra saber o que eh esse tal de blaster oO
    adoorei ^^

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