sexta-feira, 25 de junho de 2010

O segredo do Blaster [parte 2]

Capítulo 2: O sacrifício

O dia seguinte chegou. Antes mesmo de chegar à escola, meus amigos me encontraram e confirmaram a minha chantagem para a Samanta. Agora era só esperar a hora de agir. Eu ainda estava com medo de meu plano falhar, mas era o melhor que eu tinha.


Eu entrei na escola e fiquei no cantinho, esperando que ninguém me visse falar com ela, mas ele atravessou o portão desfilando como se fosse uma celebridade, seguida por uma legião de garotas que a paparicavam. Parecia até a Íthala. Ela se dirigiu diretamente a mim, com todas as cúmplices atrás dela. Ela deve ter anunciado no jornal que iria tentar me beijar. Ao chegar, meus amigos se afastaram por pedido meu, e as pulgas da Samanta também. Ela me perguntou com soberba:
- E aí? Vai me beijar ou vai sacrificar seu amiguinho??
- Nenhum nem outro. Vou fazer um acordo. Eu fiquei sabendo uma coisa de você que eu você não quer que se espalhe.
- O que seria?
- Digamos que um amigo conhece seu ex-namorado, e ele te conhece muito profundamente...
- Você quer dizer que não sou mais virgem? Você acha que ligo para que isso fique em segredo?

Ela empurrou um garoto que estava ao seu lado, subiu num banco do pátio e gritou para todos:
- Atenção!! Eu não sou mais virgem! Minha primeira vez foi aos 13, com um primo que tinha 17 e foi muito bom!!

Após descer ela me disse:
- Problema resolvido. Agora faça o que estou mandando ou ligo agora para sua mãe; peguei o telefone da padaria.

O círculo se fechou. Não tinha escapatória senão obedecer. Mas eu ainda estava intrigado em quem havia contado a ela.
- Ok. Mas antes, posso perguntar uma coisa?
- Depende.
- Como você ficou sabendo do Blaster? Quem te contou?
- Quer saber? só vou contar depois do beijo.

Ela me abraçou pela cintura e sorriu. Eu não tinha como negar, afinal, a Vi me fez prometer que não entregaria o Blaster. Eu deixei que ela me beijasse e movi levemente os lábios. Muitos que estavam envolta começaram a gritar. Ela parou por um instante sussurrou em meu ouvido:
- Beije direito!

Eu fechei os olhos. Eu pensei na única que eu realmente queria beijar naquele momento. A Vitória. Eu a imaginei, sorrindo para mim, e me lembrei da sede que eu sentia em beijar seus lábios. Tantos meses, tantas noites apenas por telefone e internet... Eu coloquei a mão em sua nuca e beijei com toda a vontade. Mas no instante em que toquei seus lábios fui expulso da minha ilusão. Ao contrário da Vitória, Samanta tem uma boca fria, sem vida. Sua língua era um monstro que desejava sugar tudo que eu tinha, enquanto a Vi apenas pensava em me dar prazer no beijo. Não consegui continuar por mais de dois segundos beijando-a com todo aquele amor. Depois de voltar a mim, continuei a beijando com esforço e desprazer.

Segundos depois, alguém gritou "o diretor! O diretor!" e nos soltamos correndo. Eu fui para perto do portão, limpando a boca e segurando o estômago para não devolver o café da manhã. Todos tentaram disfarçar, mas sem sucesso. Só então notei o tamanho da multidão que estava em minha volta.

Quando o diretor chegou no local, foi perguntando logo qual o motivo para tantos gritos. Ninguém respondeu, mas ele logo relacionou a ocasião à Samanta. Ele não fez nada além de mandar todos se acalmarem e subirem para as salas.

Logo após voltar à secretaria ele mesmo soou o sinal (alguns minutos mais cedo). Por onde eu passava, todos olhavam para mim e ficavam cochichando; na sala, não dava outro assunto. No intervalo, eu tentei me esconder, mas por onde ia todos me apontavam. Segundos após descer para o pátio, a Samanta me agarrou pelo braço e me obrigou a acompanhá-la ponde ia. Ela me apresentou seus amigos dizendo que era uma honra para mim estar com eles, mas eu preferia estar sozinho à ficar com aquele povo esnobe. Devo confessar que não sou a pessoa mais humilde do mundo, mas aquela galera deve ser mais arrogante que as poderosas (equipe de patricinhas da escola).

Mesmo estando com eles, não negava minha insatisfação. Em certo momento uma das meninas me perguntou:
- Guilherme, o que você achou da Daniela, a nova patricinha que baba ovo para a Íthala?
- Tanto faz; nem reparei que tinha uma paty nova.
- Mas todos estão comentando sobre ela; ou estava até o beijo de vocês...
- Nem ligo pra essas metidas e nem para vocês - pensei., disse:
- É melhor você agir direito, senão...
- Eu estou agindo no meu normal, apenas não estou gostando do assunto!
- E de que assunto você quer falar?
- Com vocês, nenhum, afinal vocês só fofocam e criticam os outros, e isso não faz parte do que eu gosto...
- É melhor fazer uma cara melhor e fingir que se interessa coso contrário...
- Ok! Eu faço.

Continuei na rodinha da 'fofó' (fofoca) e até tentei fazer de conta que estava interessado. Minutos depois, vi meu irmão passar por nós. Ele me olhou com insatisfação, quase não acreditando que eu estava lá. Mas não falou nada no momento. E como sempre, começou-se outro bombardeio de comentários.
- Vocês viram? O Felipe passou nos encarando!
- Sabe, o Guilherme se parece um pouco com ele...
- É; ele é meu irmão (infelizmente).
- Eu sabia! Mas você é mais gatinho que ele; pelo menos de rosto.
- Eu pegaria ele se não soubesse que a Íthala está de olho...
- Eles já ficaram!
- Sério??
- ... mas faz tempo...

Mesmo meu irmão não sendo o melhor do mundo e eu ficar com raiva dele diariamente, eu não contaria para aquele povo o segredo dele e da Íthala. Eu não jogaria o nome de um parente na boca dos fofoqueiros cruéis, mesmo que este é o Felipe.

Quando o sinal tocou, todos se dirigiram para o portão das salas, mas eu puxei a Samanta e perguntei:
- Você prometeu que me contaria como ficou sabendo do Blaster!
- Ok, mas primeiro, outro beijinho...
Chantagista maldita! Tive que beijá-la novamente.

- Agora me diga; quem te contou? Meu irmão?
- Não. Eu paguei para uns meninos para descobrirem coisas de você e por acaso um deles viu você o Blaster brincando...
- Pagou como se você não tem dinheiro? Só como o que os outros compram?
- Paguei com o que eu tenho: beijos!
- Eca...

Depois que ela me disse isso fiquei pensando: não poderia mesmo ser o Felipe; se ele soubesse, ele mesmo me chantagearia.

O resto do dia foi exatamente igual: todos cochichando e ela me paparicando, até na saída. Ela me fez levá-la até a casa dela que é longe pra caramba da minha! Mas pelo menos o Blaster estava seguro. Eu só não sabia se aguentaria por muito tempo.

Aquela tarde foi horrível. No Orkut só se via recadinhos comentando os beijos. Até minha tia que mora a 3 bairros de distância da escola me mandou um scrap perguntando se eu tinha enlouquecido. Quando o Felipe chegou do curso dele, foi falar comigo:

- Você cheirou cola e comeu a lata?
- Você não tem nada a ver com isso...
- Como não? Todo mundo perguntando por que meu irmão esta andando com a maior galinha da escola!
- Não te interessa! Sai do meu quarto!
- Gui, eu sou seu irmão. Seu irmão mais velho! Pode contar o que quiser para mim...
- Ok. Ela me chantageou. Me obrigou a fazer tudo aquilo.
- E a Vi?
- Eu falei com ela ontem; ela me fez prometer que eu faria o que ela quisesse para não prejudicar ninguém.

Meu irmão não gosta muito de usar o celebro, mas mesmo ele percebeu que eu não estava nada feliz com aquela situação. Ele se sentou na minha cama, ao lado do meu corpo jogado, pôs a mão no meu ombro e perguntou:
- Quer eu te ajude com algo?
- Não precisa. Eu me viro.
- Tem certeza?
- Claro; eu dou um jeito.

Minha boca dizia não, mas minha alma implorava por socorro. Mas ele não poderia saber do Blaster. Ele poderia ser ainda mais perigoso que a Samanta se quisesse.

Depois, ele saiu do quarto e fechou a porta, me deixando só, no escuro. E lá fiquei, pensando, o resto da tarde.

domingo, 6 de junho de 2010

Parada gay!

Bom, hoje é a parada gay. Uma viadagem que reune centenas de pessoas que gostam da fruta ou apenas adimiram (ou seja, as que não saíram do armário).
Esse é um que atrai muita atenção da mídia, e congestiona ainda mais uma das avenidas mais importantes de São Paulo.
Não tenho muito a falar deste assunto. Não sou contra, nem a favor. Na minha opinião, cada um dá para quem quiser o seu amor e abre para quem quiser seu coração.
Na verdade, só estou postando isso para não perder a oportunidade de zuar.
Eu já puz esse vídeo, mas xingar corintiano nunca é demais.

 

Uuuuuuuuuuh, boióla!