quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O segredo do Blaster [parte 4]

Fiquei paralisado. Aquilo não podia ser verdade. Ele não poderia ter descoberto. Não ele! Depois de tudo que eu fiz para guardar esse segredo, ele simplesmente descobre. Não é justo.
- Como? Como você descobriu?
- A Íthala foi falar com a Samanta, e ela contou tudo.
- Felipe, por favor, você não pode contar nada para a mãe e para o pai, senão eles...
-... Eu não vou contar nada; se você fizer tudo o que eu mandar.
- Você não tem coração? Não tem amor?
- Tenho! Amor próprio.
- Você não pode fazer mal a “ele”!
- Já disse: se você me obedecer, não farei nada.
Segundos depois, nossa mãe chegou, carregando algumas sacolas.
- Olá meninos! Guilherme, você pode me ajudar a levar essas compras em casa?
- Deixa que eu levo – interrompe Felipe – afinal, eu vou para lá.
- E me deixar sozinha na padaria?
- O Guilherme disse que fica no meu lugar.
- Você disse isso mesmo?
- Sim... Eu fico.
- Por quê?
- Porque, - Felipe interrompe novamente – eu tenho muita lição de casa e ele disse que fica no meu lugar para eu ir fazer.
- Jura? Você é um ótimo garoto. Você deveria aprender com ele! – disse minha mãe, apontando meu irmão.
Ela foi para os fundos da padaria para guardar algumas caixas de leite, e ao sair, perguntei para o Felipe:
- Você está louco? Eu também estou lotado de lição de casa! Como vou fazer agora?
- O que você faz de madrugada?
- Durmo, é claro!
- Para quê? Faça a lição nesse horário!
Ouvimos nossa mãe se aproximando de nós.
- Como sou benzinho peço para a mãe trazer sua mochila para você fazer a lição aqui. – Cochichou Felipe.
- Vamos? – perguntou nossa mãe.
- Vamos.
Eles saíram e me deixaram sozinho. Eu liguei para a Vi e disse tudo o que havia acontecido. Como sempre, ela me acalmou e me fez pensar mais calmamente. Quando eu perco o chão, ela me faz voltar ao raciocínio.

Não nos falamos muito, porque se minha mãe me visse conversar ao telefone no trabalho, me daria uma bela bronca.

Não demorou muito até que ela voltasse. Quando ela chegou, eu fingi que estava tudo bem. Eu nunca fiz cursos de dramaturgia, mas sempre soube disfarçar bem. Mas mesmo com uma expressão feliz e calma, ela sabia que eu não estava bem. Ao chegar, ela me perguntou:
- O que está acontecendo?
- O quê? Nada! Por quê?
- Você anda triste há alguns dias. Você sempre foi alegre e brincalhão; mesmo que nos conversamos pouco, eu percebo facilmente quando você está contente ou raivoso. E se não fosse o bastante, não é estranho você ficar aqui para seu irmão ir para casa?
- É que...
- Ele está te chantageando?
- NÃO! Eu... Prefiro que ele fique em casa e eu trabalhe no seu lugar que depois ele fique me enchendo o saco por não tê-lo substituído. Além disso, ele tem que fazer as lições. Não quero que ele repita o ano.
- Porque você o ama? Faz de conta que eu acredito.
- Não. É porque se ele repetir vai ficar mais um ano me atormentando na escola.
Depois deste argumento, ela não tinha mais nada a discutir.
Aquela tarde foi horrível. Trabalhando e fazendo lição de casa. De olho nos clientes e na matemática ao mesmo tempo. A minha sorte foi que não tive muito fregueses. Uma senhora foi por volta das 14:30 comprar pão. Uns garotos passaram mais tarde e levaram uns sorvetes. Tirando o fato de fazer equações sentado no banquinho e equilibrar o caderno no balcão, a única coisa que me chateou foi um cara que foi compar um bolo.
Não sei porque, mas ele sempre quis fazer barraco na padaria. Cada vez que ele vai lá, minha mãe comenta que ele fez algo para arrumar confusão. Naquela tarde ele já havia passado três vezes na porta da padaria, sempre olhando para mim. Em certo momento, minha mãe me mandou cuidar da padaria que ela iria retirar e preparar uns sonhos que estavam no forno, no andar superior da padaria. Esse foi o memento perfeito para o bote dele.
Minutos após minha mãe me deixar sozinho, o tal cliente entrou e foi ao meu encontro.
- Quanto custa esse bolo?
- Um segundo... - soltei a caneta e me levantei para ver o preço, mas antes que me levantasse ele gritou:
- Um segundo o caramba! Eu estou pagando e exijo ser atendido imediatamente!!
- Desculpe, já vou atendê-lo.
- Acho bem! Cada uma que tenho que aturar... - cochichou ele - Não venho mais nessa expelunca!
Meu sangue já começou a ferver. Além de todos os problemas pessuais e de matemática ele einda vem me tirar do sério. Mas eu mative a calma.
- Esse custa R$ 15,00.
- TUDO ISSO? Tem ouro nele!?
Continuei me segurando e disse educadamente:
- Esse é o mais barato que temos, e se você achar um bolo desse por um preço menor, pode ter certeza que não é de tão boa qualidade.
- Mas 15 reais num bolinho de fubá?
- Esse é um bolo de fubá cremoso, reseita da minha avó. Você não paga só pelos ovos o leite e o trigo. Paga pelo gás, pelo tempo de preparo...
- Não quero saber! Aquela rosca; quanto custa?
- R$ 5,00.
- Absurdo. E as "bolinhas de chocolate"?
Eu estava quase voando no pescoço dele, mas respirei fundo e comecei a contar mentalmente.
- 100 gramas são R$ 1,25.
- Que roubo!
Não gritei. Apenas subi um pouco o tom da voz e disse mais "forte":
- Mas não só bolinhas de chocoate! São profiterolis de uma massa levíssima com rechei de doce de leite mineiro e coberto com chocolate Garoto!!
- Ta, tá... Eu quero 5 pães.
Que vontade de tacar a caixa registradora na cabeça dele!! Mas coloquei os pães no saco e lhe entreguei. Na verdade, joguei no balcão e bati a mão em seguida, pondo a moéda de 5 centavos de troco.
- Obrigado - disse eu, com tom de ironia.
- Não fez mais que sua obrigação.
Depois da raiva que passei, peguei uma Coca-Cola para acalmar. Minha pressão até caiu pela força que fiz para não esfolá-lo. Mas depois voltei ao meu normal. Minha mãe desceu e disse que ouviu os gritops dele, e me deu parabéns por não ter maltratado o cliente. Realmente eu me superei; se fosse a um tempo atrás, teria feito engolir o bolo, empurrando-o guéla abaixo, nem que eu tivesse que pagar o bolo!
Mas passou. Por enquanto.
Minha mãe foi para os fundos da padaria praparar umas coisas e quando eu menos espero, volta o infeiz. Ele entra cheio de razão gritando:
- Eu quro meu dinheiro de volta! Esse pão está murcho!!
- Senhor, - disse o mais calmamente possóvel - o pão acabou de sair do forno; ele ainda estava quente quando vossa esselência comprou...
- Mas agora está murcho! Eu quero devolver e pegar o dinheiro de volta!!
- Mas ele não está murcho!
- Está sim! Esse pão eu não levo! Quero o dinheiro de volta!
- MAS ELE NÃO ESTÁ MURCHO! - Gritei, ainda me contendo.
- Não quero saber! Quero o dinheiro de volta!
- Eu não vou devolver! Você é muito folgado! Não fazem 10 minutos que ele saiu do forno! Nem se tivessem 10 horas, ele ainda não estaria murcho!!
Minha mãe ouviu (obviamente) e foi acalmar a situação:
- Gui, você tá louco? - Cochichou ela - Desculpe senhor, vou devolver seu dinheiro.
- Mas mãe!
- Quieto! - disse me beliscando - eu vou devolver o dinheiro, e não precisa devolver o pão. Obrigado e volte sempre.
- Mãe! Esse folgado vei só para arrumar confusão!
- Mas você não pode fazer isso! O cliente sempre tem razão!
- Que razão nada! Você deu o pão de graça para ele!
- Melhor que perder o cliente!
- Eu ficaria feliz se ele nunca mais voltasse...
- O problema não é perder um cliente. Se ele contar que foi mal tratado, ele pode incentivar outros a não comprar aqui! Cliente é igual a campo minado: se um explodir, pelo menos os 5 mais próximos a ele se explodem também!
- É... não entendi...
- Se você explode uma bomba num campo minado, as que estão mais próximas explodem também. Se você dá motivos para um cliente não vir mais aqui, ele vai espalhar e várias outras pessoas também não vão mais comprar aqui.
Ela está certa, mas mesmo assim eu preferia perder um cliente ao ter que aturara esse cara todo dia. Ainda bem que depois disso aconteceu algo que o fez não voltar, mas só vou contar o que foi outro dia.
O resto da tarde foi igualmente chata. Fiz minha lição de casa, fiquei com dor nas costas por estar escrevendo sentado no banquinho, mas acabei meu dever. Mas aquilo não poderia continuar. Eu não poderia continuar me submetendo a aquela chantagem...
No final da tarde, liguei para o Pablo:
- E ai? Como foram as suas pesquisas?
- Ainda nada... Mas não vou descançar. Seu irmão está te torturando muito?
- Até que não; pelo menos ainda... Desde que eu te liguei mais cedo que estou na padaria, então não o ví desde então...
- Mas vou continuar procurando. Pode demorar, mas vamos te livrar da chantagem sem prejudicar o Blaster e sem precisar nos distanciar...
- Ok. Amanhã nos falamos na escola...
- Falou. Boa noite.
E desliguei. Agora, eu não podia fazer muita coisa, além de esperar uma solução. Esperar para saber o que o tempo reservava para mim...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ilusão de ótica incrível!!

Iaê povo! Com vão??
Há tempos achei essa imagem no Yahoo! e pensei em postá-la aqui. É simplesmente impressionante! Eu e mais algumas pessoas não acreditamos em nossos olhos quando vimos essa imagem.
Primeiro, olhe atentamente para ela; obvimente você ira ver Albert Einstein. Depois, levante-se e se afaste alguns metros. Não é brincadeira. Pode parecer mentira, mas você verá Marilyn Monroe!!
Não é mentira! Tente e se surpreenda!!
Depois, comente falando o que acha.
Bom feriado e até a próxima!!