quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O segredo do Blaster [parte 3]

Finalmente a continuação! Pra aprenderem a não ficar sem comentar, seus ingratos! Agora, vamos a postagem pronta á meses:

Eu voltei para a escola desiludido. Certo de que iria continuar passando por aquela maldita chantagem por vários dias, e talvez, pelo resto da vida. Entrei pelo portão desejando estar invisível, mas bastaram alguns segundos até a Samanta me abduzir novamente. Mal tive tempo de falar com meus amigos e fui obrigado ir com ela. Mais uma vez, tive que aguentar aquele povinho insuportável, segurando para não vomitar pela simples presença deles. Por várias vezes eu quis xingá-los e correr, para longe deles e ficar em paz. Mas eu prometi para a Vitória que não prejudicaria ninguém.
Na sala, eu fiquei quase mudo. Na verdade falei bastante, mas ainda era pouco perante do que o normal. Eu tentava disfarçar, mas mesmo assim, meus amigos notaram minha tristeza. Em certo momento a Rafaela me perguntou:
- Você andou chorando?
- Não.
- Seus olhos estão inchados - disse o Tiago.
- Ok. Eu chorei. Chorei de ódio, de tristeza e de medo.
Eu estava com ódio da Samanta por me chantagear, e de mim também por não poder me livrar dela. Estava triste por ter que ficar obedecendo aquela idiota sem fazer nada, e de medo, pois ela poderia a qualquer momento me entregar, me afastar do Blaster ou fazer algo ainda pior.
A cada sinal para troca de aulas, meu coração se acelerava e o desespero me inundava, pensando que estava 50 minutos mais próximo de meu encontro com ela. Às 9:30 da manhã, eu entrei novamente em pânico. Por minha cabeça passaram várias coisas:
Primeiramente, eu imaginei que a escola poderia ser assaltada. Imaginei ladrões com máscaras de lã explodindo o portão, armados, e pegavam a Samanta de refém e na troca de tiros com a polícia usavam-na como escudo.
Depois, imaginei que a caixa d'água da escola estourava, inundando o pátio. Todos nadavam para se salvar, mas Samanta ficava com os longos e artificialmente loiros cabelos presos, e se afogava.
Ainda antes de descer para o intervalo, imaginei um cão furioso e faminto que pulava o muro e agarrava-a e a trucidava, arrancando-lhe os membros.
Mas infelizmente, nenhum bandido que se preze roubaria uma escola. Mesmo que a caixa d'água explodisse, a água escoaria antes de alguém se afogar, e ainda que o improvável acontecesse e um cão atroz entrasse na escola, ele não sujaria a boca com a a pele cheia de cremes da Samanta.
Eu desci para o pátio e logo ouvi sua voz irritante dizendo meu nome. Os minutos se passaram devagar. Quando pensei que a inspetora estava indo soar o sinal, olhei no relógio e haviam se passado apenas 5 minutos.
Após longos momentos de desespero, algo aconteceu. Algo ainda mais inusitado do que eu poderia imaginar: a Íthala saiu da secretaria e começou a vir em nossa direção. A princípio pensei que ela estava apenas passando, mas logo notei que estava mesmo vindo ao nosso encontro, seguida por suas "pulgas cor-de-rosa". Ao chegar bem próxima, ela tocou no ombro da Samanta e disse:
- Quem você pensa que é, agindo e tratando as pessoas desse jeito?
- Se toca patricinha! Com que direito você fala comigo assim?
- Eu que pergunto: com que direito você rebaixa e humilha as pessoas como se fosse eu? Só eu tenho direito disso! Pode parar agora de me plajear!
- Ou o quê? Você vai falar mal dos meus sapatos para a escola?
- Pode ser isso ou... ESFREGAR A SUA CARA NO ASFALTO!
Neste momento, toda a escola as olhava. Este foi o principal fator para a Samanta começar a tremer. Após isso, a Íthala começou a pressioná-la, e ao ver os amigos recuarem, a Samanata saiu com o rabinho entre as pernas, de cabeça baixa e sem olhar para os lados. Mesmo loira, ela sabia que se a Íthala começasse a bater nela, as outras patricinhas atacariam também. Quando o sinal soou, a Samanta passou do meu lado e parecia que queria dizer algo, mas não disse. Segundos depois, notei que a Daniela, uma das patricinhas observava a cena.
Antes de eu subir para a sala, notei algo que, se não fosse o ocorrido, acharia normal. A Íthala saiu da secretaria e meu irmão saiu logo atrás. É fato que o Felipe "fica" eventualmente com a rainha das patricinhas, mas senti que tinha algo a mais.
Na saída, eu estava todo feliz; alegue e cantarolante, como um pássaro que foge da gaiola. Mas vi a Samanta se aproximar de mim. Fechei a cara e a ignorei. Quando ela se aproximou, disse, em tom baixo e tímido:
- Me desculpe Guilherme. Eu não vou te chantagear mais e nem contar nada do Blaster para ninguém.
Achei estranho, mas apenas a perdoei e sai.
Eu queria dizer que esse foi o final da história e que todos viveram felizes para sempre, mas o destino tinha algo a mais guardado para mim. Acho que nem cheguei a comentar, mas de vez em quando, meu irmão e eu (mais eu do que ele) ajudamos minha mãe na padaria. É um meio de substituir as tarefas da casa. Às vezes (e nem sempre) é melhor ficar na padaria sem fazer nada e comendo salgadinhos que ir para casa varrer, lavar louça, arrumar as camas, etc., além é claro das perturbações do Felipe e da Mariana.
Neste dia eu ia à padaria sabendo que o Felipe estava lá e iria perguntar a ele se ele tinha alguma coisa a ver com a ameaça da Íthala para a Samanata, mas nem foi preciso. Ao chegar perto da padaria, vi os dois, Felipe e Srta. popularidade se beijando dentro da padaria. Ao me aproximar, eles pararam (ainda sem me ver) e ele a agradeceu pela "ajuda". Não tinha dúvidas. Ele havia pedido para ela fazer aquilo.
Quando entrei, ela estava saindo; eu a parei e agradeci:
- Íthala, obrigado por me livrar daquela mala.
Ela sorriu apertou minha bochecha e disse:
- Não foi nada gatinho. Agradeça ao seu irmão.
Não gostei do apertão. Fez-me sentir uma criança fofa ¬¬, mas o "gatinho" me encheu de orgulho! Mas voltando, eu fui furioso em direção do Felipe e perguntei, sem medir palavras:
- Você mandou a Íthala falar aquilo pra Samanta?
- Fiz sim. Não poderia ver você daquele jeito. E mesmo que você negue, sabe que não poderia se livrar dela sem a minha ajuda.
- Mas eu disse que não queria ajuda nenhum! Obrigado por se preocupar, mas eu não queria ajuda nenhuma!
- Agora é tarde. Você me deve uma. Ou melhor, várias...
- Eu não vou fazer nada que você mande...
(comecei a sair da padaria)
- ... e vou contar que você estava paquerando em horário de trabalho!
- Não vai não, ou vou contar de certo terreno baldio...
Eu parei. Todo meu corpo se arrepiou e o pavor tomou conta de todas as células do meu corpo.
- Você sabe...

Um comentário:

  1. irmaozinho safadxenho.....
    hehehe
    seu blog ta cada dia melhor, hugo! parabens, ansiosa pela continuação ;D

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