Mistério da mansão Uchihara [parte 8]

Capítulo 8:
De volta!?!

Olá leitor(a)! Você acompanhou aqui, no Espaço Hugo as anotações que eu fiz durante a minha missão. Eu não cheguei a terminar, mas como comecei a postá-las escrevi este final posteriormente, tentando apresentar tudo que eu passei e senti naquele dia cheio e surpresas.
Na última anotação, relatei que iria tentar dormir. Eu o fiz. Deitei para um lado, para outro,, por horas, mas estava muito preocupado para dormir; com a missão, com a Bruna... Eu não sabia onde ela estava; o que estava fazendo; se estava bem...
Fiquei horas e horas pensando, até ficar cansado. A exaustão tomou conta de mim, e eu fiquei sonolento. Virei de barriga para cima na cama, com os braços sobre o peito. Aos poucos fui sentindo o sono me dominar finalmente. Quando estava quase adormecido, deixei minha mão cair ao lado do meu corpo sobre uma mão. - Uma mão? - pensei - Que mão? De quem? Mais uma assombração? Maldição. Eles me disseram que não queriam me ferir. Não queriam me fazer sofrer! Mas não serei mais tolerante.
Eu fiz uma giratória na cama e me pus encima da pessoa que estava ao meu lado, com a mão direita pronta para golpear aquele ou aquilo. Foi então que me surpreendi.
- Bru... Bruna!?
- Bom dia amor! O que está fazendo?
- Co... Como você veio parar aqui?
- Do que você está falando? Acho que você passou muito tempo na Terra...
Só então notei. Não estava mais na mansão. Não estava mais na Terra. Estava em Cassatroi. Na minha casa, com minha esposa. Minha alma se inflou de alegria. Mal pude conter as lágrimas. Ao ver a Bruna, deitada linda, exulberante, com os cabelos encaracolados e aquela camisola leve, meio transparente que deixava-me ver seu corpo com a langeree vermelha.
- Eu... Estou em casa? - Perguntei, ainda não acreditando.
- Claro! Você não deveria ter bebido vinho antes de se deitar... Mas se arrume! A AIDT vai mandar um professor de dança aqui para nos treinar para a próxima missão.
 Então ela se levantou. Sacudiu os cabelos e entrou no closet. Seria possível? Eu estava mesmo em casa? Ainda não acreditava. Eu desci da cama, caminhei até a porta da varanda e as empurrei para dentro das paredes (elas são corrediças, em estilo japonês). O vento entrou por elas. Aquele ar levemente quente e aveludado. Me abraçando. Me dando bom dia. Eu vi meu vizinho da esquerda cortando a grama; ele assenou e disse que era bom me ver de volta. Eu pude sentir o cheiro da grama fresca, récem cortada. Logo após fui arrebatado por outro aroma. Pão quente. Era a d. Paula. Uma vizinha da rua. Uma senhora meiga e agradável, sempre com um sorriso no rosto, mesmo que suas costas a torturam constantemente. Poucos segundos após, mais um cheiro me tomou. Sakura.
 O vento soprou derrubando folhas de flor-de-cerejeira e as trouxe em minha direção, acompanhadas de um aroma maravilhoso. Ao olhar para a cerejeira no meu quintal, me deparei com a imensidão azul do lago. Sabe, o terreno onde construí minha casa foi um dos mais caros da rua, mas valeu a pena. Ele fica bem de frente ao grande lago. Caminhei pela varando até ficar na sua ponta, onde pude observar a grandiosidade do lago. Todos aqueles cheiros; todas aquelas cores... Não segurei as lágrimas. Foi como se minha saudade se convertesse em puro prazer.
 Bruna me abraçou pelas costas. Ao notar me pranto, disse:
- Você estava com muita saudade, não é mesmo? Mas agora você está em casa...
Ainda meio anestesiado eu concordei:
- É, estou...
- Mas vamos entrar. Como disse, virá um professor de dança nos treinar para a próxima missão...
 Entrei pela porta ao meu lado. Passe direto pelo quarto e entrei no closet. Perguntei o que vestir, e ela disse que o que eu quisesse.
- Que tal ir assim mesmo? - Perguntei - Estou bem confortável.
- Acho que não é aconselhável fazer aulas de dança com essa calça de linho,  sem camisa e sem cuecas! Ainda mais se for uma professora!
- Á é!? Pois se for professor você vai por uma blusa que cubra mais o busto!
- Está com ciúme!?
- Claro! Eu tenho que cuidar do que é meu, principalmente se for de tamanha qualidade!!
- Digo o mesmo...
- Mas,afinal, que tipo de dança vamos aprender?
- Dança japonesa... Aquela onde dançamos passos padronizados...
- Matsuri!
- Isso! Eu sempre quis aprender algumas coreografias de matsuri dance...
 Enquanto me vestia e conversava com a Bruna, uma das empregadas disse que a professora havia chegado e estava nos esperando na sala de visitas.
Então descemos. Entramos na sala e a professora nos cumprimentou:
- Ohayo gozaimasu! Meu nome é Okada Saiai (no Japão, usa-se o sobrenome antes do nome). Vou dar aulas de matsuri pra vocês.
- Okarei Saiai-san! Estou ansiosa para a aula! Sempre quis aprender matsuri!
- Isso é bom! Mas o matsuri não é apenas uma dança; uma diversão... Para mim, é a própria vida.
- Logicamente, - comentei - afinal, você tem a dança como profissão; como modo de sobrevivência...
- Também, mas o matsuri sempre representou, para mim, uma salvação; uma chave para abrir portas, uma senha para eu descobrir... quem eu sou.
 Neste momento, ouvi um barulho alto.
- O que foi isso? Parece que veio do quintal!
 O barulho voltou.
- Eu vou lá ver;
- Não! Pode ser perigoso...
- Eu sou um agente da AIDT e um ninja! Que mal pode me acontecer?
 Então o barulho bateu mais forte, desta vez, fazendo meu ar fugir dos pulmões. Ele se repetiu mais algumas vezes, cada vez mais alto, até que minha vista se escureceu. Logo notei estar com os olhos fechados.
Então abri. Estava no quarto... do sr. Daiki.
- Maldiçãããããããão!!!
Depois de tudo o que eu vi, senti e toquei, acordei novamente neste maldito quarto velho! Por quê?? Por que me mostraram tudo aquilo? Com tanta realidade, com tantos detalhes...
 Bummm! Novamente uma batida. Levantei. Calcei os chinelos e desci para o salão de entrada da mansão. A batida veio mesmo do quintal...

Na próxima postagem eu ponho a continuação. Comente!!!